Saúde Mental e Bem Estar

A Intervenção Farmacológica na PHDA: Benefícios e Limitações

Rita Oliveira Santos

Um rapaz numa chuva de medicamentos para a PHDA

A intervenção farmacológica é uma das abordagens possíveis e eficazes quando falamos desta perturbação. Contudo, é fundamental salientar a importância de uma intervenção que combine diferentes processos de intervenção terapêutica, como por exemplo, a intervenção psicológica e a intervenção psicossocial/psicoeducativa.

 

Segundo a investigação através de imagens cerebrais, tem sido possível verificar que os cérebros das pessoas que têm PHDA são diferentes sob vários aspetos comparativamente com as pessoas que não têm esta perturbação.

Algumas das regiões do cérebro são estruturalmente diferentes, como por exemplo, a região pré-frontal direita que está associada à atenção e inibição, assim como o cerebelo que tem como uma das funções a escolha do momento e a própria execução da ação. Desta forma, uma pessoa com PHDA têm menos atividade elétrica no cérebro (nas regiões mencionadas anteriormente e não só) o que significa que a reação à estimulação, que é feita nessas regiões cerebrais, é muito menor que um cérebro que não manifesta alterações do neurodesenvolvimento.

Assim, como é que a medicação irá ajudar a corrigir este desequilíbrio neuroquímico?

   Quando os neurotransmissores (dopamina e noradrenalina)  não estão disponíveis na quantidade considerada suficiente, as mensagens que essas substâncias químicas deveriam enviar para o cérebro, não são enviadas como deveriam. Sem esta ajuda dos neurotransmissores, o nosso cérebro também não irá reagir da forma esperada à estimulação (seja uma ideia, ação ou uma emoção).  Por isso, a medicação (que tem uma ação estimulante)  faz com que os neurônios emitam mais dessas substâncias aumentando a comunicação entre estas e as regiões do cérebro associadas à PHDA. 

 

Segundo a investigação, a medicação nestes casos não estará a disfarçar ou a tapar os sintomas do PHDA, isto porque, quando a medicação está ativa no nosso corpo, está também a corrigir e/ou a ajudar a compensar esta comunicação que falámos anteriormente.

 

Nota importante: A eficácia da medicação não significa que deve ser o único tratamento, como mencionado anteriormente, a melhor intervenção, será uma intervenção que combine também um acompanhamento psicológico, principalmente em idade escolar. Assim, este acompanhamento irá contribuir para a aprendizagem de estratégias e novas ferramentas para lidar com estes sintomas no presente e no futuro, uma vez que, os sintomas da PHDA não vão desaparecer totalmente com a toma da medicação e esta terá também um prazo, principalmente em crianças e jovens. 

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