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Parentalidade
O final do ano letivo é caracterizado por festas, despedidas e passeios, como sinal de apreço, de objetivo cumprido e de comemoração do intenso ano de trabalho!
No entanto, nem sempre é um momento de alegria e alguns jovens veem o seu percurso escorregar na pauta, com classificações negativas. E há vários motivos para isso, mas não é sobre isto (desta vez) que iremos falar.
Queremos deixar-vos algumas reflexões sobre o que os pais poderão sentir e o que podemos fazer perante a situação. Poderão sentir-se zangados, desiludidos, ou até mesmo compreenderem que resultou de diversos fatores que não conseguiram controlar. Em algumas ocasiões terão uma postura empática e compreenderão, outras terão vontade de castigar e privar de vários benefícios.
No entanto, reprovar é por si só a consequência da situação, que traz já emoções difíceis de gerir.
Sendo as férias de verão vistas como um momento de privilégio, após uma reprovação há tendência em usar essa época como período de punição, em que se devem privar as regalias próprias deste tempo, em que há menos compromisso, espaço para amizades e lugar para prazeres veranicos. E, por carga tradicional, achamos que reprovar tem de ser punido com a retirada destes prazeres.
No entanto, uma atitude de punição não traz consigo uma aprendizagem para longo prazo, mas trará marcas duras de longa duração. Os castigos e as responsabilizações exacerbadas ensinarão que, perante percalços, devemos condenar-nos ao miserável, sem tolerância ou compreensão.
Cabe-nos, aos cuidadores, optar por estratégias conscientes, uma visão global que vise a gestão da situação no momento (acalmar a criança/jovem que está em sofrimento pela reprovação), o esclarecimentos dos motivos (porque faltou a motivação?; a situação familiar destabilizou o empenho?; outros fatores possíveis), e a adoção de estratégias que promovam a resolução do problema (p.e. No próximo ano arranjar métodos de estudo, explicador, centro de estudo, maior envolvimento parental).
Assim, deixamos alguns pontos com estratégias conscientes e harmonizantes:
Em primeiro lugar, o mais importante é não dramatizar. São situações indesejáveis mas não representam uma ameaça ao futuro. O papel do adulto é o de acolher esta situação, verificar o estado da criança/jovem e demonstrar suporte para mudar a situação no próximo ano letivo.
Aprender a lidar com o fracasso de forma positiva é uma ferramenta útil para transmitir resiliência e perseverança.
Após a exigência das rotinas escolares, começa agora a haver tempo para compreender o que motivou aquele desfecho. Pode dever-se a vários motivos e o mais importante é perceber de que forma podem iniciar o próximo ano munidos de estratégias e planos que permitam um resultado mais positivo.
O jovem não é o único que terá respostas que ajudem ao planeamento de novas estratégias. Os professores terão informação útil e pertinente para perceber as necessidades e poderão dar sugestões e recomendações aos pais. Os pais deverão ter um papel de mediador e orientador perante todas as possibilidades levantadas e poderão ajudar a fazer escolhas e decisões.
Ao explorarem as dificuldades, poderão perceber as lacunas que existiam no ano anterior. Algumas situações poderão passar por métodos de estudo com metas claras e realistas. Outras poderão ser a necessidade de encontrar uma sala de estudo com adultos que acompanhem a e ajudem, aumentando assim o compromisso para o estudo. Ainda, poderão pensar na hipótese de procurar um explicador como forma de garantir que alguém ajude a esclarecer as aprendizagens específicas necessárias.
Ao contrário do que é muitas vezes valorizado, um estudo exaustivo e em esforço não garante benefícios a longo prazo. A neuropsicologia tem demonstrado a importância do lazer e do descanso como peças fundamentais para a retenção da informação, para que se mantenha na nossa memória e para que seja possível recuperar essa informação da forma mais completa possível, mesmo em situações de tensão, como é um momento de teste.
É, por isso, importante haver um equilíbrio entre momentos de descontração e de concentração.
Reconhecer o esforço e as pequenas vitórias torna-se um combustível para a motivação em aprender e, consequentemente, empenhar nas diferentes tarefas relacionadas com a escola. A forma como reagem os adultos terá implicações na forma como o jovem se vê relativamente às suas competências e isso implicará na sua autopercepção e, consequentemente, no sentido da escola na sua vida.
Os pais poderão não estar diretamente ligados ao acto de ensinar os seus filhos mas deverá manter o interesse em comunicar com o jovem, com professores e outros profissionais. O próprio envolvimento dos pais aumenta o interesse dos professores em ajudar o jovem. Além disso, permite estar atento ao que se passa para orientar todos os envolvidos sobre os assuntos implicados e ajudar nos ajustes necessários.
O necessário nesse momento é pensar em conjunto de que forma o verão poderá ser um momento de estratégias para evoluir e arrancar o próximo ano letivo de uma forma mais motivada. Porque o desempenho escolar está estritamente ligado à motivação e ao conhecimento das fragilidades que devem ser melhoradas.
Há situações em que os pais consideram que os alunos devem ficar privados de benefícios (ir à praia, sair com amigos…) mas o sentimento de revolta, o risco de baixarem a sua autoestima e de entrarem num humor menos positivo poderá desenvolver-se em sentimentos prejudiciais que continuarão na entrada do novo ano letivo e poderão repetir o insucesso escolar.
Parentalidade
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