Educação e Aprendizagem

Falemos em regresso à escola!

Quatro meninos a correr para a escola
Como seria diferente a educação se os alunos, professores e pais se sentassem do mesmo lado da mesa? por Brené Brown, em A Coragem de Ser Imperfeito.

Escolhi esta frase porque me inspirou a este texto.

 

Quando falamos em regresso à escola surgem, desde logo, pelos içados pelo rodopio de emoções que emergem perante os diferentes desafios que logo surgem. Há quem se irrite com o funcionamento disfuncional do sistema educativo. Há quem chore por se sentir angustiado ao ver os seus “bebés” entrarem num novo e gigantesco mundo. Há os que relativizam e veem como mais um passo da vida. E todos os pontos de vista são válidos. Não há fórmulas mágicas, não há perfeição, há sim experiências que são melhor ou pior geridas e todas dependem do posicionamento perante as situações e da forma como lidamos com o assunto. Por isso, o que hoje trazemos aqui para vocês é uma reflexão sobre a forma como podemos potenciar um maior equilíbrio para todos (alunos, pais e agentes educativos).

Com frequência sinto que o princípio que move as decisões e atitudes são o olhar centrado no seu próprio problema sem nunca espreitar as variáveis todas. As escolas querem evitar visitas dos encarregados de educação para evitar qualquer assunto que possa incomodar a beleza do seu dia, os encarregados de educação, que muitas vezes assumem atitudes belicosas, reclamam de punhos fechados. E assim temos a tempestade perfeita que arrasta os alunos, miúdos que dependem dos adultos para serem orientados na vida e que acabam confusos e prejudicados. E assim se cria um ambiente danoso, de costas viradas e que, em última instância, perde o foco no objetivo primordial, uma aprendizagem plena, segura e produtiva.

E por isso temos escolas que erguem as suas armaduras em papel com decisões bloqueadoras de relação, pais que digitam freneticamente emails com reivindicações e alunos que bebem as dores de todos, assumem a culpa e que na verdade são apenas vítimas de um sistema que não escolhe sentarem-se do mesmo lado da mesa.

 

A ideia é estarmos “todos do mesmo lado da mesa” e isso fomentará a empatia pela situação de cada um, ajudará a perceber como as fragilidades e forças de cada pode construir um sistema escolar mais compreensivo e realista face às necessidades presentes.

 

 

Por isso, deixamos 8 apontamentos para que este ano letivo decorra o mais tranquilamente possível:

 

Comunique Regularmente: Mantenha uma comunicação aberta e regular com os professores. Mas regular não significa estar constantemente em contacto, mas sim, articular os assuntos de extrema importância, informar sobre aspetos que saem da rotina ou quando a sua preocupação for realmente elevada.

 

Não falte às Reuniões de Pais: Compareça a reuniões de pais e professores e, também, a  eventos escolares para conhecer os professores e a restante comunidade escolar.
A empatia e a ligação é mais facilmente estabelecida num contacto próximo.

 

Estabeleça Expectativas Claras: Defina expectativas claras para o desempenho acadêmico e comportamental do seu filho e partilhe com os professores. Isso ajuda a alinhar os objetivos da família e da escola.

 

Não Responsabilize Sempre o Outro pelos Acontecimentos: Averigue sempre os factos antes de assumir qual é a realidade dos acontecimentos. Por mais que queramos que as nossas crianças e jovens não sejam os responsáveis, temos de calcular que poderá haver essa hipótese. Consoante a verdade, deverá agir, mas sempre com calma e respeito.

 

Participe em Atividades Escolares: Envolver-se em atividades escolares, como eventos ou festas, ajuda a construir um senso de comunidade escolar e fortalece os laços com os professores e outros pais, o que facilitará quando precisar de apoio ou de intervir.

 

Seja Respeitoso e Empático: Trate os professores com respeito e empatia, mesmo quando surgirem desafios. Lembre-se de que todos estão trabalhando em prol do bem-estar e sucesso de seu filho. Mesmo que não concorde com todos os argumentos que lhe possam ser dados, é importante chegar ao meio-termo que permita que todos possam contribuir para a solução.

 

Voluntarie-se quando for Possível: Se você tiver tempo e recursos disponíveis, considere voluntariar-se na escola. Isso pode ser uma maneira eficaz de se envolver mais profundamente na vida escolar de seu filho e ele irá gostar de sentir que valoriza o meio em que ele está inserido.

 

Resolva Conflitos de Maneira Construtiva: Se surgirem conflitos ou preocupações, aborde-os de maneira construtiva. Primeiro, fale com o professor, que deverá mediados todos os envolvidos e, só se necessário, recorra à coordenação/direção escolar para encontrar soluções.

 

Uma relação positiva entre a família e a escola é fundamental para o sucesso educacional das crianças. Ao seguir essas dicas, você estará a contribuir para criar um ambiente de apoio e colaboração que beneficiará seu filho ao longo do ano letivo.

Se é professor ou diretor de uma escola, podemos ajudar a melhorar o ambiente na comunidade escolar com o nosso programa de Coaching Escolar.

Se é Encarregado de Educação, poderá solicitar o apoio através de aconselhamento parental ou consultoria em educação.

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