Educação e Aprendizagem

Porque parece ser tão assustador falar sobre morte com Crianças?

Nathalie Marques

Uma menina à chuva com um chapéu de chuva colorido

A morte é um tema que cria sempre um arrepio no corpo, porque relembra-nos da sensibilidade do tema, uma vez que deixa a perspetiva de que a vida é uma linha fina, com um fim. 

E o nosso desconforto, enquanto adultos com uma consciência do que é há finitude, invade-nos com o receio de que as crianças possam sentir a mesma dor, o mesmo medo e a mesma inquietação. 

No entanto, não podemos pensar na criança da mesma forma que o adulto consegue raciocinar, mas também não podemos assumir que o seu conhecimento sobre o tema é extremamente limitado ou mesmo desconhecido. 

Devido à sua tenra idade, as suas experiências de vida e a maturação do cérebro, levam a que o seu conceito de morte seja mais simples. Por isso, o adulto deve abordar os temas de forma adequada àquilo que já conhecem sobre a ideia de morte (perguntar-lhes o que sabem sobre a morte) e o discurso deve ser nivelado ao seu ponto de desenvolvimento.  Por outro lado, a sua neuroplasticidade (flexibilidade do cérebro em criar novos conhecimentos e adaptar novas experiências) permite que a criança consiga assimilar e vivenciar com tranquilidade a ideia do ciclo da vida, que começa, com o nascimento, e que acaba, com a morte. 

As crianças convivem com  a morte em momentos como “matar uma aranha ou um mosquito” ou “ver um pássaro ou um peixe morto”, por serem coisas comuns do dia-a-dia. E é desta forma que elas vão concebendo o que acontece, o que significa a morte (a irreversibilidade e a ausência de movimento, de vida). 

O mais importante é ter em conta que o receio dos adultos em falar sobre o tema está mais ligado às crenças e dores pessoais, do que à incapacidade das crianças em abordarem o tema. Para as crianças, mesmo ao reagirem mesmo que sejam situações ainda hipotéticas, precisam apenas que haja acolhimento por parte do adulto, em que ela sente a liberdade para fazer as perguntas e compreender o que significa. Isto permitirá que futuramente, quando confrontada com uma situação de crise, tenha mais recursos internos para gerir o desafio e fazer o seu próprio processo de luto. 

Se precisa de falar com o seu filho/a sobre uma morte, ou se quer prepara-lo para essa eventualidade, fale connosco. No Centro Impacto, iremos ajudar a si e ao seu filho/a a superar esta barreira.

Artigos recentes

Ver todos os artigos

Imagem em feltro de menino sozinho no natal numa casa dividida

Parentalidade

O Primeiro Natal Após o Divórcio dos Pais

O divórcio pode afetar muito o espírito natalício e, por isso importa a forma como os pais lidam e gerem a situação.

Ler Artigo
O jogo Peixinho dos Sentimentos a ser segurado nas mãos de uma criança

Noticias

Peixinho dos Sentimentos

É com muito orgulho que hoje escrevemos sobre o Jogo "Peixinho dos Sentimentos", da nossa fundadora e impulsionadora Nathalie Marques. 

Ler Artigo
Psicóloga a brincar com criança

Artigo de Opinião

Como escolhemos trabalhar com Crianças?

A mente da criança, na sua complexidade, procura apenas a simplicidade do amor, da paz, e da felicidade.

Ler Artigo